9.10.2019—2.2.2020
SESC 24 DE MAIO,
SÃO PAULO PT EN

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INSTITUCIONAL

OUTRAS COMUNIDADES

O Estado-nação busca nos convencer do pertencimento a uma comunidade coesa, portadora da mesma língua, cultura e história. O povo de um país personifica a identidade nacional, ao passo que eclipsa outras. Se o capitalismo estimulou a formação desse tipo de Estado, ele também o recria ao sabor de seus interesses. Com o livre mercado, sua soberania é abalada, enquanto suas fronteiras são relativizadas em benefício do fluxo de coisas, pessoas e ideias.

Contudo, ao mesmo tempo que fronteiras são borradas, nacionalismos de cunho xenófobo ressurgem por toda parte. Isso aparece na repulsa ao estrangeiro, algo que se acirra com os atuais movimentos imigratórios – por sinal, desencadeados pelo próprio descontrole do sistema capitalista e pelos conflitos que ele gera. Frente a esse dilema, somos convocados a repensar a pertinência da organização do Estado em função de valores nacionalistas.

O campo da arte, por sua vez, mostra-se favorável à imaginação de outros modos de constituir comunidades, baseados em identificações alternativas às da pátria. Dessa conjuntura provém o recorte curatorial da 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Comunidades Imaginadas, que reúne experiências artísticas dispostas a conceber o comum a partir de aspectos não hegemônicos. Na condição de instituição sociocultural afeita ao exercício da imaginação de possíveis, ao Sesc compete repercutir perspectivas plurais, com vistas a contribuir para o processo de reavaliação e reinvenção do nosso lugar no mundo.   

 

Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc São Paulo

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