Ali Cherri

Ali Cherri

1976 | Beirute, Líbano

Vive em Paris

É artista visual e cineasta, formado em design gráfico pela American University of Beirut e mestre em artes cênicas pela DasArts, Amsterdã. Em vídeos, instalações, fotografias, esculturas e desenhos, explora as transformações das sociedades antigas para as contemporâneas. Através da arqueologia, das narrativas históricas e do patrimônio, dá especial atenção à inserção de objetos culturais em museus, a partir dos quais investiga os limites das ideologias que sustentam as fundações das nações e o mito do progresso. Também com relatos pessoais, aborda a fragilidade da situação geopolítica do Líbano e a dimensão sublime da catástrofe. Teve mostras recentes na National Gallery, Londres, Inglaterra (2022); Musée des Beaux-Arts, Marselha, França (2020); e participou das bienais de Sharjah, Líbano (2017); Lyon, França (2017); e Veneza, onde ganhou o Leão de Prata para Jovem Artista Promissor (2022). Vive em Paris.

Seated Figure

Seated Figure, 2022

Escultura

Standing Figure

Standing Figure, 2022

Escultura

Lion

Lion, 2022

Escultura

Nesta série de esculturas, Cherri lida com materiais associados historicamente à cerâmica, à escultura e à arqueologia: barro e água. Depois de encontrar e comprar fragmentos de cabeças de cerâmica em antiquários, o artista imagina corpos que ecoam diferentes culturas visuais da Antiguidade: um leão e duas figuras que remetem ao corpo humano, uma sentada em uma espécie de trono e a outra, de pé. Juntas, ganham certo ar de autoridade e mistério. Quer como material, quer como metáfora, o artista continua sua elaboração em torno do barro, cuja dimensão mitológica decorre de sua centralidade em diversas narrativas da criação do mundo. Neste encontro entre cabeças “originais” e corpos criados, o artista joga com a fronteira entre o verdadeiro e o falso. A partir de um ato de colagem, Cherri leva o público a questionar os limites interpretativos da obra de arte e da arqueologia em sua capacidade de inventar, na contemporaneidade, noções de passado, mercado, identidade nacional e colonialismo.