Andro Eradze
1993 | Tiblíssi, Geórgia
Vive em Tiblíssi
É artista visual formado pelo CCA - Center of Contemporary Art – Tbilisi. Trabalha com filmagem digital, fotografia e instalação site-specific, através dos quais busca traçar o impacto humano na natureza e a relação entre as criaturas vivas – animais e vegetais. Geografias não cultivadas inspiram o artista a criar novas formas de narrativa pós-humana, que ele alcança apresentando personagens misteriosos e convidando o espectador a uma perspectiva subjetiva entre o real e o imaginário, com um sentido diverso de deslocamento e existência física. Realizou individuais no New Museum, Nova York, EUA (2021); e Public Space, Geórgia (2020); esteve na 59ª Bienal de Veneza (2022); e em mostras coletivas no National Museum, Tiblíssi, Geórgia (2022); e Lemoyne Project, Zurique, Suíça (2021), entre outros. Vive em Tiblíssi.
Raised in the Dust, 2022
Vídeo, 8'12"
No início do filme, nosso olhar acompanha imagens daquilo que parece ser uma floresta silenciosa. Aos poucos, ouvimos o som de vozes humanas; na sequência, começamos a acompanhar um espetáculo de fogos de artifício e, então, imagens de animais empalhados surgem nessa paisagem, iluminados pelos fogos, como se estivessem por eles perturbados. Com um leve movimento de zoom in, somos convidados a refletir sobre os mistérios colocados pelo rosto e expressões dos animais. A obra dialoga com o poema The Snake Eater [O comedor de serpentes] (1901), do georgiano Vazha-Pshavela, cujo protagonista tem um talento sobrenatural para compreender a linguagem da natureza. Remetendo a relações interespécies, que fogem ao alcance das palavras, a sequência do filme parece revelar uma abordagem mais ativista: partir da magia da floresta, ouvir a linguagem e o sofrimento ocultos dos animais para reconstruir a oposição entre o humano e o natural.