Arturo Kameya
1984 | Lima, Peru
Vive em Amsterdã
É artista visual formado pela Pontificia Universidad Católica del Perú, Lima, e pela Rijksakademie van Beeldende Kunsten, Amsterdã. Em pinturas e instalações, com materiais como gesso, madeira e argila, examina narrativas e mitos que criam diferentes versões da história, especialmente relativas ao seu país nativo. Com temáticas que perpassam desde a cultura indígena até a vida urbana, desde a dimensão íntima da família até a escala do espaço público, apresenta contradições da sociedade através de uma vasta gama de linguagens e visualidades. Entre suas mostras individuais recentes, expôs no GRIMM, Nova York, EUA (2021); Alliance Française, Lima, Peru (2019); e esteve na Busan Biennale, Coreia do Sul (2022); New Museum Triennial, Nova York (2021); e Sharjah Art Foundation, EAU (2019). Vive em Amsterdã.
Pido la palabra II / I ask the floor II, 2021
Instalação
Na obra, duas cerâmicas de cachorros olham-se e espumam, chamando atenção para uma plataforma na qual vemos outras peças em cerâmica: cervejas e pequenas baratas. Se a reflexão do artista vem de seu pertencimento identitário e da investigação sobre o Peru, um país complexo e contraditório, a maneira como ele aciona essas narrativas, porém, foge do panfleto. Acontecimentos são ecoados por imagens que, mais que ícones óbvios e reconhecíveis, se assemelham a fantasmas; a sensação é de que sobreviveram à fumaça de séculos de conflitos. O que parece se referir a elementos do cotidiano e de histórias individuais, em verdade, remete a eventos muito recentes na memória social do Peru. Quais são as relações entre as baratas, os cachorros e as cervejas? É possível nelas encontrarmos tanto um diálogo com o surrealismo, ou uma grande potência de morte, ou mesmo a relação entre violência e sociedade. O universo iconográfico do artista nos provoca mais dúvidas que certezas.