![Cercle d'Art des Travailleurs de Plantation Congolaise (CATPC)](https://bienalsescvideobrasil.org.br/webroot/uploads/media_library/2023-06-07_170946_6480e40a7ab3c.png)
Cercle d'Art des Travailleurs de Plantation Congolaise (CATPC)
2014 | Lusanga, República Democrática do Congo
É uma cooperativa de trabalhadores de plantações sediada em Lusanga, República Democrática do Congo. Fundada em 2014 pelo ativista ambiental René Ngongo, é uma plataforma para o desenvolvimento de novas iniciativas econômicas baseadas na produção e venda de arte crítica, majoritariamente esculturas em argila que são reproduzidas com materiais da plantação: óleo de palma, cacau e açúcar. O dinheiro das vendas é utilizado na compra de terras degradadas para o desenvolvimento de uma agricultura regenerativa a fim de proporcionar segurança alimentar local, recuperar a biodiversidade e mitigar a mudança climática. A cooperativa já participou de diversas mostras individuais, como no KOW Berlin, Alemanha (2022, 2021); e SculptureCenter, Nova York, EUA (2017); e em mostras coletivas, como a documenta 15, Kassel, Alemanha (2022); e 21ª Bienal de Sydney, Austrália (2018).
![White Cube Lusanga](https://bienalsescvideobrasil.org.br/webroot/uploads/media_library/2023-12-18_181719_6580b6dfe8405.jpg)
White Cube Lusanga, 2020
Escultura
![The Art Collector](https://bienalsescvideobrasil.org.br/webroot/uploads/media_library/2023-12-18_181655_6580b6c788178.jpg)
The Art Collector, 2015
Escultura
![Capitaliste Attaque](https://bienalsescvideobrasil.org.br/webroot/uploads/media_library/2023-12-18_181812_6580b714aca14.jpg)
Capitaliste Attaque, 2020
Escultura
Feitas inicialmente com argila ou chocolate, essas esculturas foram construídas por impressoras 3D a partir da digitalização e renderização das originais. Abordando temas como a conotação racial do dispositivo elementar de exposição, o cubo branco, a escolha do rico colecionador de artes, dividido entre manter suas riquezas ou compartilhá-las com o artista no mercado, e a figura monstruosa do capital e do dinheiro que devoram e são devorados por homens e animais, as obras questionam as relações entre mundo das artes, capitalismo e herança colonial. A opção por usar uma técnica de reprodução industrial que envolve tecnologias digitais, possibilitando que as imagens tenham ampla circulação, é uma forma de problematizar a relação tanto entre original e cópia como entre tradição e ruptura, revelando uma ambiguidade no centro das possibilidades abertas pelas novas tecnologias e pela globalização.
![Balot NFT](https://bienalsescvideobrasil.org.br/webroot/uploads/media_library/2023-09-04_154422_64f625865ca6b.png)
Balot NFT, 2022
NFT
Em 2022, a CATPC lançou uma coleção de NFTs que recupera metaforicamente uma escultura congolesa perdida há muito. A figura do adivinho, hoje no Museu de Belas-Artes da Virgínia, em Richmond (EUA), foi esculpida em 1931, durante uma revolta do povo Pende contra as atrocidades cometidas por agentes coloniais belgas. A peça retrata o espírito irado do oficial Maximilien Balot, que foi decapitado no conflito. Seu propósito original era controlar o fantasma de Balot e fazê-lo trabalhar para o povo Pende. Em um novo modelo radical de restituição, o uso de uma tecnologia digital como a NFT – além de problematizar a relação entre original e cópia, tradição e ruptura – se torna uma ferramenta de descolonização.