Luciano Figueiredo

1948 | Fortaleza-CE, Brasil

Vive no Rio de Janeiro

 

É artista visual, designer e curador. Sua obra, filiada ao construtivismo e sua tradição gráfica, explora a precariedade cotidiana na construção do objeto artístico, utilizando materiais como jornais, tecidos, arame, madeira e tinta para criar relevos e investigar densidades, transparências e a recomposição de signos, frequentemente por meio do uso da palavra. Desenvolveu projetos gráficos para discos, livros e revistas, como a Navilouca, editada pelos poetas Torquato Neto e Waly Salomão. Foi curador de diversas mostras de Hélio Oiticica e Lygia Clark no Brasil e no exterior. Foi diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas na Funarte e fundou o Instituto Nacional de Artes Gráficas no mesmo órgão. Suas obras foram expostas em mostras individuais no LURIXS Arte Contemporânea, Rio de Janeiro (2022); Instituto Tomie Otahke, São Paulo (2017); e Musée Departemental, GAP, França (2005), e em coletivas na CAIXA Cultural, Rio de Janeiro (2011); Kunstetage Kassel, Alemanha (1990); e IX Bienal de São Paulo (1967). Vive no Rio de Janeiro.

 

Óscar Ramos

Itacoatiara-AM, Brasil, 1938 – Manaus-AM, Brasil, 2019

 

Foi artista visual, designer e curador. Estudou pintura Livre com Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e foi convidado para pesquisar no Cardiff College Of Art, Wales. Com Luciano Figueiredo, realizou obras experimentais em artes gráficas como o projeto gráfico da revista “Navilouca”, dos poetas Torquato Neto e Waly Salomão. Produziu capas de discos de Gal Costa, Caetano Veloso, Maria Bethânia, entre outros. Foi diretor de arte em filmes como O gigante da América, Menino do Rio, Além da Paixão e Tainá. Colaborou em filmes de Ivan Cardoso, entre eles O Escorpião Escarlate, que lhe rendeu o kikito da categoria no Festival de Gramado de 1990. Atuou como curador do Paço da Liberdade, Manaus. Seus trabalhos foram expostos em mostras na 10ª e 11ª Bienais de São Paulo (1969, 1971); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (1998); Paço Imperial, Rio de Janeiro (1999, 2001, 2004); Carreau du Temple, Paris, França (2005); e Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2007).

 

Waly Salomão

Jequié-BA, Brasil, 1944 – Rio de Janeiro-RJ, Brasil, 2003

 

O poeta e multiartista Waly Salomão entrou no cenário musical como letrista e trabalhou como produtor e diretor artístico. Em parceria com Jards Macalé, escreveu canções como Vapor barato e Mal secreto, gravadas por Gal Costa (1968), que foi dirigida por ele no espetáculo Fa-tal (1971). Escreveu as letras de Mel e Talismã, de Caetano Veloso, gravadas por Maria Bethânia (1979). Compôs também com Lulu Santos, Roberto Frejat e Adriana Calcanhoto. Com Gilberto Gil, concebeu a trilha sonora do filme Quilombo (1984), de Cacá Diegues. Em 1971, lançou seu primeiro livro de poesia, Me segura qu'eu vou dar um troço, inspirado em sua experiência na cadeia. A diagramação é assinada por Hélio Oiticica, de quem, mais tarde, escreveu a biografia Qual é o parangolé. Publicou ainda Gigolô de bibelôs (1983), Lábia (1998), entre outros textos marcados pelo modo inquieto, provocador e liberto de amarras de Waly. Integrou o Conselho Curatorial da Associação Cultural Videobrasil, com quem manteve relações desde 1996. Criou, ao lado de Carlos Nader, a performance Bestiário masculino-feminino, apresentada no 12º Festival Videobrasil (1998). Foi articulador do conceito Deslocamentos, eixo curatorial do 14º Festival Videobrasil (2003).

Fa-tal/Violeto

Fa-tal/Violeto, 1971

Têxtil

Fa-tal e Violeto, incluídos na Bienal, resultam de uma parceria dos artistas Luciano Figueiredo, Óscar Ramos e Waly Salomão. Produzidas originalmente em 1971, as duas faixas de tecido compunham a cenografia do show de Gal Gosta, assinada por Figueiredo. Nos múltiplos sentidos que podem ser extraídos das expressões verbais estampadas nas faixas, há um efeito potencializador causado pelas escolhas cromáticas presentes nas composições. O desencontro da grafia – alterada em relação ao que comumente se espera das palavras fatal, violento e violeta –, associado aos tons vibrantes de vermelho, dourado e roxo, causa um impacto sinestésico. Sentido semântico e visual misturam-se para criar um estranhamento extático.