Maurício Chades
1991 | Gilbués-PI, Brasil
Vive entre Alto Paraíso de Goiás e Los Angeles
É artista visual e cineasta. Mestre em Arte e Tecnologia pela Universidade de Brasília e Master in Fine Arts pela School of the Art Institute of Chicago. Em Brasília, participou dos coletivos Espaço AVI, Kinofogo Cineclube e NINHO – Coletivo de Pesquisa em Arte, Interatividade e Agroecologia. Entre filme, instalação, escultura e performance, seu trabalho especula sobre futuros simbióticos, queer e anticoloniais, diluindo fronteiras entre cidade, campo e floresta por meio da ficção. Vislumbrando ambientes sintrópicos e alianças multi-espécie, combina contação de história com agricultura restaurativa, compostagem e fungicultura. Seus curta-metragens foram exibidos em festivais como o Queer Lisboa, Portugal (2022); Kinoforum, São Paulo (2021); e Bogotá Experimental, Colômbia (2020). Participou de exposições coletivas na Caixa Cultural de Brasília (2020); e FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, São Paulo (2018); e individual na Torre de TV Digital de Brasília (2019), pela qual recebeu o prêmio Frankenthaler Climate Art (2022). Vive entre Alto Paraíso de Goiás e Los Angeles, onde é artista visitante do Metabolic Studio.
Cemitério verde, 2023
Vídeo, 24'46"
Cemitério verde é um projeto que o artista desenvolveu com sua mãe durante o período de isolamento social em função da pandemia de covid-19. Depois de comprarem sua “casa própria”, no início da quarentena, em Alto Paraíso de Goiás, eles começaram a empreender uma transformação no quintal. De terra degradada, ele passou a abrigar um sistema sintrópico, caracterizado pela organização, integração, equilíbrio e preservação da energia no ambiente. O trabalho evoluiu para um processo de autoficção. A paisagem encerrada entre os muros do quintal se transforma e passa a abrigar pássaros, insetos e fungos, que fazem do jardim uma cidade multiespécie, à medida que fogem do agrotóxico e do fogo que transforma a savana mais biodiversa do mundo em monocultura de soja. Chades aproveitou o confinamento para construir uma justaposição de suas práticas de convivência entre espécies, memórias familiares e criação de imagens-rituais.