Pamela Cevallos

Pamela Cevallos

1984 | Quito, Equador

Vive em Sangolquí

É artista visual, antropóloga, curadora, pesquisadora e professora da Pontificia Universidad Católica del Ecuador, doutoranda no programa sociedade e cultura da Universidad de Barcelona. Trabalha principalmente com objetos e instalações, mas também com pintura e desenho, abordando a vida social das coisas, as práticas de coleção e exibição e os usos de arquivo. Colaborando desde 2015 com a comunidade de La Pila sobre as apropriações do passado pré-hispânico, Cevallos explora o potencial hermenêutico e político da réplica como uma estratégia que desestabiliza a originalidade e a autenticidade. Participou de exposições como a XV Bienal de Cuenca, Equador (2021), onde ganhou o prêmio de Paris; no Institute of Contemporary Art, Singapura (2019); e no Centro de Arte Contemporáneo, Quito, Equador (2018). Suas obras fazem parte da coleção do Museo Nacional del Ecuador. Vive em Sangolquí.

 

 Corrientes de retorno

Corrientes de retorno, 2021-2023

Instalação

Resultado da colaboração desde 2015 com a comunidade de La Pila, em Montecristi, Manabí, no Equador, o trabalho aborda as tensões entre o processo de construção do patrimônio, a huaquería – termo de origem quéchua usado em países andinos para se referir a buscas ilegais em sítios arqueológicos pré-colombianos – e as reinterpretações locais de artesãos que criam réplicas de peças pré-colombianas para o mercado turístico. O projeto foca a pilhagem das peças arqueológicas conhecidas como Gigantes de Bahía, encontradas em 1966 na praia equatoriana de Los Esteros. O conhecimento e a sensibilidade dos artesãos que se dedicaram à produção de réplicas possibilitaram que as peças regressassem simbolicamente ao território original. À artista interessa tanto o potencial hermenêutico, político e utópico da réplica – enquanto estratégia de resgate de novas apropriações – quanto a cópia como fator de desestabilização das noções ocidentais de originalidade e autenticidade.