Zé Carlos Garcia

Zé Carlos Garcia

1973 | Aracaju-SE, Brasil

Vive no Rio de Janeiro

É artista visual, estudou escultura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil, e frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Laje, Rio de Janeiro. Suas esculturas se apresentam como entes insólitos, combinando membros de diferentes espécies e, por vezes, mesclando plumas e partes de mobiliário de madeira. Participou de exposições coletivas em instituições como Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e Brasília (2022, 2021); Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2022); Goethe Institut, Salvador, Brasil (2019); Fondazione Prada, Milão, Itália (2018); Ujazdowski Castle Centre for Contemporary Art, Varsóvia, Polônia (2017); e eventos como Bienal do Barro, Caruaru, Brasil (2019); Busan Biennale, Coreia do Sul (2018) e Frestas Trienal de Artes, Sorocaba, Brasil (2017). Vive no Rio de Janeiro.

 

Bode

Bode, 2023

Escultura

Esta escultura nasce de uma pesquisa fundada na escolha da madeira – de reuso, encontrada, galhos secos do sertão de Sergipe, terra natal do artista. Frutas, espantalhos, carrancas e adornos são entalhados na madeira quase crua e permanecem sem acabamento ou cromatismo. São formas em transição, que podem espiralar em volutas barrocas ou voltar a ser galho. O que surpreende, além da variedade de gestos – ora rápidos e ríspidos, ora minuciosos – é a reversibilidade entre o repertório em formação e o vigor informal da matéria orgânica bruta. Aqui, um bode é entalhado no tronco retorcido de um eucalipto abatido no sítio do artista, na região serrana do Rio de Janeiro, numa opção de manejo voltada a restabelecer a vegetação original da Mata Atlântica. Do volume central brotam chifres, patas e um esplendor, que tensionam a oferenda simbólica com o movimento orgânico das plantas.