Troféu

Denilson Baniwa
Matapi, 2023

Escultura. Bronze, 35,5 × 11 cm.
Placa com os dizeres “Aé upisika sangaua, umbúri pá urupema upé” e “Filtrar as imagens como numa peneira”.

O troféu da 22ª Bienal Sesc_Videobrasil é a obra Matapi, de autoria do artista Denilson Baniwa, cujo título vem de uma armadilha indígena para peixes, que é colocada na boca ou parte mais estreita de um rio ou lago. Ela captura peixes conforme a trama: se for mais aberta, captura peixes maiores e deixa passar os médios. Se for mais fechada, captura peixes menores e mais peixes. Segundo o artista a partir dessa imagem, e da ideia da memória como ilha de edição, a peça foi criada para representar a intenção da pessoa que está por trás das lentes, e da própria lente, na captura de imagens. Denilson começou pesquisando coisas que pudessem ser relacionadas à memória, ao corte, mas também ao seu objeto de trabalho, a temática indígena. Ele imaginou o matapi como uma metáfora da captura, daquilo que filtra, do que sai e do que permanece – como uma edição mesmo – e do que depois nos serve como alimento: no caso do matapi, o peixe; no caso da imagem, o resultado do filme.

Os troféus da bienal são peças únicas criadas por renomados artistas brasileiros em diálogo com a proposta curatorial de cada edição. Obras dos artistas Alexandre da Cunha, Carmela Gross, Efrain Almeida, Erika Verzutti, Flavia Ribeiro, Luiz Zerbini, Tunga, Raquel Garbelotti e Rosângela Rennó constituem a coleção de troféus da bienal desde a sua décima terceira edição.

Troféu

DENILSON BANIWA

1984 | BARCELOS, BRASIL


É indígena do povo Baniwa, nascido em Barcelos (AM) e radicado em Niterói (RJ). Artista, curador, designer, publicitário e articulador de cultura digital, foi um dos fundadores da Yandê, primeira rádio web indígena do Brasil. Como curador, esteve à frente de mostras como Terra Brasilis: o agro não é pop! (Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018) e Nakoada: Estratégias para a arte moderna (MAM Rio, 2022). Expôs em instituições como Centro Cultural São Paulo, Museu Afro Brasil e MASP, em São Paulo; Centro de Artes Hélio Oiticica e MAR, no Rio de Janeiro; e Centro Cultural Banco do Brasil. Internacionalmente, participou da Bienal de Sydney (2020) e da mostra Reinventing the Americas. Construct, Erase, Repeat, no Getty Research Institute, Los Angeles (2022-23).